quinta-feira, 6 de junho de 2013

O fantasma do amianto, um mal invisível


 Na relação de produtos perigosos classificados pela ONU, o   amianto branco (crisotila, actinólito, antofilita, tremolita),com o número 2590 é das substâncias mais perigosas  com classe de risco 9. O amianto, também conhecido como asbesto, é uma designação comercial genérica para a variedade fibrosa de seis minerais metamórficos de ocorrência natural e utilizados em vários produtos comerciais. Trata-se de um material com grande flexibilidade e resistências tênsil, química, térmica e elétrica muito elevadas e que além disso pode ser tecido.


  O amianto é constituído por feixes de fibras. Estes feixes, por seu lado, são constituídos por fibras extremamente finas e longas facilmente separáveis umas das outras com tendência a produzir um pó de partículas muito pequenas que flutuam no ar e aderem às roupas. As fibras podem ser facilmente inaladas ou engolidas podendo causar graves problemas de saúde.

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Patologias causadas pelo amianto


Já em 1898 o inspetor-chefe de fábricas no Reino Unido relatava ao parlamento no seu relatório anual os efeitos malignos do pó de amianto. Nele afirmava que a natureza aguçada das partículas quando presentes no ar em qualquer quantidade era nociva,. Em 1906 uma comissão do parlamento britânico confirmou os primeiros casos de morte causada por amianto e recomendou que fosse melhorada a ventilação nos locais de trabalho, entre outras medidas. Em 1918 uma companhia de seguros dos Estados Unidos efetuou um estudo que demonstrava a ocorrência de mortes prematuras na indústria do amianto e em 1926 a comissão de acidentes industriais de Massachusetts concedeu, pela primeira vez, a um trabalhador doente da indústria, o direito à primeira compensação por doença causada por amianto. Muitos dos afetados pela exposição ao amianto nos Estados Unidos trabalhavam na construção naval durante a Segunda Guerra Mundial.
   Os problemas com o amianto surgem quando as fibras se dispersam no ar e são inaladas. Devido ao tamanho das fibras, os pulmões não conseguem expeli-las [Casarrett & Doull's Toxicology (2001), pp 520-522].


Entre as doenças causadas pelo amianto incluem-se:
    Asbestose - Inicialmente diagnosticada entre trabalhadores da indústria naval dos Estados Unidos, a asbestose consiste de lesões do tecido pulmonar causadas por um ácido produzido pelo organismo na tentativa de dissolver as fibras. As lesões podem tornar-se extensas ao ponto de não permitirem o funcionamento dos pulmões. O tempo de latência (período que a doença leva a manifestar-se) é geralmente 10 a 20 anos.
  • Mesotelioma - Um câncer do revestimento mesotelial (pleura) do pulmão. A única causa conhecida é a exposição ao amianto. O período de latência do mesotelioma pode ser de 20 a 50 anos. A maior parte dos doentes morre em menos de 12 meses após o diagnóstico.
  • Câncer - Câncer do pulmão, do trato gastrointestinal do rim e laringe foram associados ao amianto. O período de latência é muitas vezes 15 a 30 anos.
  • Verrugas de amianto - produzidas quando fibras aguçadas se alojam na pele sendo recobertas por esta causando crescimentos benignos semelhantes a calos.
  • Placas pleurais - espessamento de parte da pleura visível por meio de radiografias em indivíduos expostos ao amianto.
  • Espessamento pleural difuso - semelhante à anterior. Geralmente assintomática, pode causar perda de capacidade respiratória se a sua extensão for grande.
Substitutos do amianto

   Como consequência da proibição quase generalizada da utilização de amianto têm surgido numerosos materiais como seus possíveis substitutos. No entanto, nenhum deles se mostrou tão versátil como o amianto. Alguns dos materiais substitutos são: silicato de cálcio, fibra de carbono, fibra de celulose, fibra cerâmica, fibra de vidro, fibra de aço, polietileno, polipropileno, politetrafluoretileno. 

  ESAOF-ESCOLA PAVILHONAR

    As escolas com tipologia pavilhonar são as escolas em que o seu período de construção se iniciou a partir de 1968, representando 77% do parque escolar existente (356 escolas. Estas escolas são estruturadas através de um conjunto de blocos autónomos, e são ligados por galerias exteriores cobertas, sendo que o traçado depende da morfologia do terreno. Em termos construtivos os edifícios deste tipo de tipologia são construídos com betão armado e possuem coberturas revestidas por placas de fibrocimento, contendo na sua estrutura amianto.
    A escola Arquiteto Oliveira Ferreira é inserida nesta tipologia e as coberturas que ligam os pavilhões são são feitas de fibrocimento que contém amianto, nocivo à saúde humana.


   O projeto Skinenergy está numa fase de testes e irá ser patenteado. Em princípio demorará menos tempo a ser pago em relação a um painel fotovoltaico comum. Assim, as coberturas da escola poderiam ser um dos locais onde o projeto Skinenergy poderia ser aplicado.





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